É querido, se você olhar para o céu agora, irá ver o mesmo céu
estrelado de quando nos conhecemos. Lembro-me bem de tudo, nos mínimos
detalhes. Eu até brinquei que poderia chover e acabar com meu penteado. E
você riu. No fim das contas, não choveu. Em uma das nossas últimas
conversas você comentou que nós éramos um tipo de amor, mas qual? Nunca
soubemos. Desde o início eu sabia que de alguma forma, algum de nós dois
estragaria tudo isso. Eu sempre fui a primeira a ter saudades absurdas,
a me arrepender e a escrever. Tudo isso porque eu sou previsível e
muito impulsiva. Você ficou sentado na platéia, assistindo tudo. Viu
nosso relacionamento acabar, eu te deixar. Viu-me querer voltar, e leu
tudo que escrevi pra ti. Tudo que escrevi sobre nós. Há meses me
controlo para não vir escrever ou dizer qualquer coisa sobre nós,
qualquer coisa, eu e essa minha mania de achar que escrever vai mudar
algo. Eu continuo sentindo sua falta, bem pouco. Mas, ainda resta
saudade. E eu realmente não sei, não sei o que me fez falar tudo isso
agora. Talvez tenha sido pelo nosso último encontro. Você me abraçou
muito forte e disse: volta pra mim. Eu não retribuí o abraço, de forma
fria. Mas, me recordo que pensei no momento em que te sentia "o melhor
abraço do mundo". Você comentou sobre o abraço e eu sorri. Já esperava
essa atitude de ti. Querendo ou não, aquelas três palavras fizeram o sol
brilhar mais forte naquela tarde. Eu já pressentia que isso iria
acontecer. Que você iria se arrepender. Eu juro que eu já sabia. O seu
abraço trazia a esperança de um recomeço, mas o meu era de despedida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário