Uma
vez me disseram que sempre acabo as histórias antes do final. A partir
desse dia, pensei em colocar mais algumas frases na história, mas
escrever é tão difícil. E quando eu parei para analisar, percebi que
realmente faço isso sempre. Sou viciada em terminar. Sou um ponto final
que termina as coisas pelo medo de ir até o fim. Cada frase que sai dos
meus pensamentos tem uma perfeição que só faz sentido porque me define
na imperfeição do que eu sou. Cada texto é uma confissão arrancada da
minha alma para que ela não sofra diante de tantos pensamentos dentro de
mim. Sou ponto final e interrogação. Juntos. Eu me julgo e por isso
acabo me traindo. E fico observando essa menina cheia de pontos finais e
de defeitos. É uma definição meio que bruta, mas o que importa é que
ela vem do meu próprio olhar. Eu não consigo ser superficial. Me entrego
e não nego. Eu não sei ser amiga sem querer ser amiga. Eu não sei
sorrir sem querer sorrir. Eu não sei ser simpática sem querer ser
simpática. Tudo parece tão complexo. Mas quando eu sou, sou de uma forma
tão completa que até transbordo. E meu único padrão é rir
escandalosamente até doer a barriga. E chorar desesperadamente até não
sobrar nenhum tipo de angústia. Meu tumulto particular é o que me
aproxima do meu lado criança, do meu lado adulta, do meu lado menina, do
meu lado mulher, de todos os meus lados - fáceis ou não. Escrever é a
minha forma de tentar me entender, me entende? Ponto final.
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